Enquanto uns apelam ao refrescante banho de mangueira, outros pedem aos chefes para vestir bermuda em pleno expediente. Há ainda aqueles, os privilegiados, que ficam o dia inteiro no ar-condicionado. O fato é que o calor atípico deste início de ano surpreendeu a todos e, pela primeira vez, mudou a realidade quanto ao consumo de energia elétrica na Baixada Santista.
Até o final de dezembro, as concessionárias que distribuem eletricidade às nove cidades da região voltavam a atenção para o período noturno, principalmente após as 18h30. É o momento em que a família se reúne, depois das tarefas do dia, em casa, para relaxar. Havia, então, o acionamento da maioria dos eletrônicos – como, neste período, os aparelhos de ar condicionado –, utilizados até a hora de dormir.
Agora, com o intenso calor durante todo o dia, a realidade mudou. “O pico de energia passou a ser em torno das 14h30 pela primeira vez na história. Nossas atenção e preocupação com o sistema se anteciparam, portanto”, explica o gerente de Distribuição da Elektro, Luis Alessandro Alves.O novo panorama mostra que as pessoas deixaram de esperar a casa cheia para ligar os aparelhos climatizadores.
“Houve, de fato, uma antecipação no horário de pico na Baixada Santista para a tarde. Tudo por causa do calor”, reitera o gerente de Transmissão da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) Piratininga, Cristiano Santos Cucatti. Ele, porém, não pontua um horário específico, pois o perfil da área de cobertura da empresa difere daquela da outra concessionária de energia.
O fato é que qualquer hora é motivo para fugir do calor. A CPFL, por cobrir cidades primordialmente comerciais, registra consumo de energia mais de manhã e à tarde - esta, a parte do dia em que se intensificou o consumo em janeiro. A Elektro, que fornece energia para áreas mais residenciais, verifica que o consumo passou a ocorrer no período do almoço, quando algum integrante da família já está em casa.
AUMENTO
O calor deste início de ano fez com que houvesse aumento médio de consumo de 8,5% em toda a Baixada Santista, de acordo com os representantes das duas concessionárias que atuam na região. Apesar de o horário brasileiro de verão estar em vigor, a elevaçãonos índices ocorre por causa do clima aquecido, que fez com as pessoas não pensassem em economizar na conta de energia.
No entanto, para os mais acalorados, o acréscimo no consumo individual pode variar entre 30% e 40%, conforme previsão da Elektro e da CPFL (veja infográfico). Para controlar o impulso e não acumular despesas, a estratégia recomendada pelos especialistas é que os condicionadores de ar sejam utilizados para refrescar o ambiente e intercalados com os ventiladores, que gastam o equivalente a 10% do ar-condicionado.
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