segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Fenômeno provoca onda que assusta veranistas do Balneário Cassino, no Litoral Sul-RS

Fenômeno provoca onda que assusta veranistas do Balneário Cassino, no Litoral Sul Youtube/Reprodução
Por volta das 13h30min deste domingo, um fenômeno assustou veranistas que frequentavam o Balneário Cassino, em Rio Grande, no sul do Estado. A maré subiu além da conta na Praia Molhes da Barra, o que resultou na onda que está sendo chamada de "Tsunami", que, segundo o 2º Pelotão Ambiental de Rio Grande, chegou a um metro.

De acordo com soldados da Operação Golfinho, alguns carros foram arrastados e ficaram atolados na areia. Cadeiras e guarda-sóis também foram levados pela água. Ninguém ficou ferido.

Segundo o professor de Oceanografia Geológica da Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Lauro Calliari, o fenômeno é chamado de Tsunami Meteorológico, e ocorre quando o tempo está muito instável. Sol, nuvens e muito vento, cenário no qual o Cassino se encontra nos últimos dias, contribuiu com a aparição da onda.


Lenon Marques, 23 anos, salva-vidas civil, disse que o mar estava calmo e liso,  ""veio uma onda mais longa. Quando a água voltou, acabou "represando" o mar e formando mais três ondas. Foi uma destas que avançou mais e causou o estrago"". Segundo ele, na guarita dos salva-vidas, a onda alcançou entre 70 e 80 centímetros.
O banhista Giordani Mendes, 36, de Pelotas, informou que foi tudo muito rápido, sem aviso. Ele viu o mar subir de repente, com uma onda sobre a outra. A onda derrubou motos, destruiu gazebos, cadeiras de praia e churrasqueiras, relatou Mendes descrevendo ainda que vários carros boiaram e bateram uns contra os outros. "Foi horrível, achei que ia morrer aqui", disse ele. Depois que o mar acalmou, perguntado se iria continuar na praia, disse que não. "Nem pensar. Acabou com a minha praia. Vou embora pra casa", concluiu o banhista.
— A onda aparece quando acontece o que chamamos de linhas de instabilidade. Uma onda que se forma na atmosfera se tranfere para o oceano, fazendo pressão em determinado ponto, o que faz com que a água seja empurrada — explica Calliari.

Denominado squall line, o fenômeno faz com que o nível do mar suba e desça, propagando a onda.

Segundo Calliari, o Tsunami Atmosférico já aconteceu cerca de quatro vezes na praia. Em 1977 a onda chegou a três metros, resultando na morte de uma pessoa, após ser jogada às rochas dos molhes pela água.

Não há registro do fenômeno em outras praias do Rio Grande do Sul. 

Confira os vídeos que foram gravados logo após a onda atingir a praia

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